Transparência enquanto pretensão jurídica global

Autores

  • Márcio Ricardo Staffen Faculdade Meridional – IMED (Passo Fundo - RS)
  • Maurizio Oliviero Università degli Studi di Perugia (Perugia - Itália)

DOI:

https://doi.org/10.21056/aec.v15i61.23

Palavras-chave:

Globalização, Transnacionalismo, Direito Global, Transparência

Resumo

O estudo que se apresenta objetiva analisar o primado da transparência enquanto pretensão jurídica global, partindo da caracterização básica do Direito Global. A globalização econômica produz um processo de globalização  jurídica por via reflexa. Logo, importante se mensurar a impotência do Estado com a alvorada de novas instituições transnacionais e, consequentemente de um novo Direito, em um cenário no qual os embates surgem da relação space-body-law. A passagem da publicidade à transparência na seara do Direito Global propicia alternativas para os indivíduos, pessoas jurídicas, organizações não-governamentais e demais não-legitimados pelo Direito Internacional, confrontarem os episódios derivados do Direito nacional e dos fluxos de globalização, bem como, transitarem além das fronteiras clássicas e territorializadas dos Estados. Em igual sorte, são condições de efetividade às normas globais/transnacionais, notadamente para a defesa dos objetivos consignados, sob pena de ampla deturpação dos valores centrais ou esvaziamento dos processos decisionais. Utilizou-se, para o desenvolvimento da presente pesquisa, o método indutivo, operacionalizado pelas técnicas de conceitos operacionais e da pesquisa bibliográfica.

Biografia do Autor

  • Márcio Ricardo Staffen, Faculdade Meridional – IMED (Passo Fundo - RS)

Referências

ARCHIBUGI, Daniele. The global commonwealth of citizens: toward cosmopolitan democracy. Princeton: Princeton University Press, 2008.

ARNAUD, André-Jean. Governar sem fronteiras. Entre globalização e pós-globalização. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007.

CANOTILHO, José Joaquim Gomes. “Brancosos” e interconstitucionalidade. Itinerários dos discursos sobre a historicidade constitucional. Coimbra: Almedina, 2008.

CASSESE, Sabino. Chi governa il mondo? Bologna: Il Mulino, 2013.

CASSESE, Sabino. Il diritto globale. Giustizia e democrazia oltre lo stato. Torino: EINAUDI, 2009.

CASSESE, Sabino. Oltre lo Stato. Bari/Roma: Laterza, 2006.

CERNY, Philip G. Globalization and changing logic of collective action. FRIEDEN, Jeffrey A.; LAKE, David A. International political economy: perspectives on global power and wealth. Londres: Routledge, 2000.

COTTERRELL, Roger. Law, culture and society. Aldershot: Ashgate, 2006.

COTTORRELL, Roger. What is transnational law? Law & Social Inquiry – Queen Mary University of London, London, n. 2, p. 340-372, 2012.

CROUCH, Colin. Postdemocrazia. Roma-Bari: Laterza, 2005.

DRUEY, Jean Nicolas. The noisy secrecy: Swiss banking law in international dispute. BEKKER, Pieter H. F.; DOLZER, Rudolf; WAIBEL, Michael. Making transnational law work in the global economy. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.

DUARTE, Francisco de Abreu. À descoberta do fundamento constitucional do direito administrativo global. Revista Eletrônica de Direito Público – Faculdade de Direito de Lisboa, Lisboa, n. 1, v. 1, 2014. Disponível em www.e-publica.pt. Acesso em 06 out. 2014.

EIGEN, Peter. Entrevista: medidas duras não bastam. Revista Veja, São Paulo: a. 47, n. 02, p. 02-05, 08 jan. 2014.

EUROPEAN Communities – Anti-Dumping Duties on Malleable Cast Iron Tube or Pipe Fittings from Brazil. Panel Report WT/DS219/R, March 7th 2003. Disponível em www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/cases_e/ds219_e.htm. Acesso em 20 maio 2014.

FUKUYAMA, Francis. O fim da história e o último homem. Rio de Janeiro: Rocco, 1992.

GINSBORG, Paul. La democrazia che non c’è. Tradução de Emilia Mohamed Bahaa El Din. Torino: Giulio Einaudi, 2006.

GIUDICE, Alessio lo. Istituire il postnazionale. Identità europea e legittimazione. Torino: G. Giappichelli, 2011.

GORMAN, Robert A. The development of international employment law: my experience on international administrative tribunals at the World Bank and the Asian Development Bank. Comparative Labor Law and Policy Journal, v. 25, 2004, p. 663-668.

GROSSI, Paolo. Mitologie giuridiche della modernità. 3. ed. Milano: Giuffrè, 2007.

HABERMAS, Jürgen. A constelação pós-nacional. Tradução de Márcio Selligmann-Silva. São Paulo: Litera Mundi, 2001.

JESSUP, Philip. Direito transnacional. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1965.

KINGSBURY, Benedict; KIRSCH, Nico; STEWART, Richard. The emergence of global administrative law. Law and Contemporary Problems. V. 38, n.3/4, p. 20, 2005.

LEEBRON, David W. Linkages. American Journal of International Law. Yale: v. 96, 2002.

MATTEUCCI, Nicola. Opinião pública. BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de política. Tradução de João Ferreira. Brasília: UnB, 1986.

NOWLAN, Aileen Elizabeth. Global administrative law and the legitimacy of the sanctions regimes in international law. The Yale Journal of International Law Online. v. 36, fev. 2010,p. 22.

OLIVIERO, Maurizio; CRUZ, Paulo Márcio. Reflexões sobre o direito transnacional. Revista Novos Estudos Jurídicos. Itajaí, v. 17, n. 1, p. 18-28, 2012.

PEREIRA, Márcia Regina de Souza. Estudo de caso: Estrada do Pacífico e a Iniciativa MAP – mobilização social transfronteiriça para gestão do desenvolvimento sustentável na Amazônia Sul-Ocidental. BENJAMIN, Antonio Herman; FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. Direito ambiental e as funções essenciais à justiça. O papel da Advocacia de Estado e da Defensoria Pública na Proteção do Meio Ambiente. São Paulo: RT, 2011.

REPOSO, Antonio. Introduzione allo studio del diritto costituzionale e pubblico. PEGORARO, Lucio; REPOSO, Antonio; RINELLA, Angelo; SCARCIGLIA, Roberto; VOLPI, Mauro. Diritto costituzionale e pubblico. 3. ed. Torino: G. Giappichelli, 2009.

ROSENAU, James N.: CZEMPIEL, Ernst Otto. (Orgs.). Governance without government: order and change in world politics. Cambridge: Cambridge University Press, 1992.

SHAPIRO, Martin. Administrative law unbounded: reflections of government and governance. Indiana Journal of Global Legal Studies, n. 369, v. 08, p. 374-376, 2000.

SCHEPEL, Harm. The constitution of private governance: product standards of integrating markets. Oxford: Hart, 2005.

SLAUGHTER, Anne-Marie. Governing the global economy through government network. BYERS, M. (Org.). The rule of law in international politics. Oxford: Oxford University Press, 2000.

SNYDER, Francis. Governing economic globalization: global legal pluralism and european law. European Law Journal, 5/4, 1999.

SOLÉ, Antoni Pigrau. Sur la responsabilité des sociétés transnationales pour graves dommages environnementaux. SILVA, José Antônio Tietzmann e; PRIEUR, Michel. Legal instruments for the implementation of sustainable development. Goiânia: PUC-Goiás, 2012.

SPINOZA, Baruch. Tratado político. Tradução Maria S. Chauí. São Paulo: Abril, 1983.

STAFFEN, Márcio Ricardo. A redução do estado constitucional nacional e a ascensão do direito global! Há espaço para os Juizados Especiais Federais. ROSA, Alexandre Morais da; STAFFEN, Márcio Ricardo. Direito global: transnacionalidade e globalização jurídica. Itajaí: Universidade do Vale do Itajaí, 2013.

STAFFEN, Márcio Ricardo; BODNAR, Zenildo; CRUZ, Paulo Márcio. Transnacionalización, sostenibilidad y el nuevo paradigma de derecho in siglo XXI. Revista Opinión Jurídica - Universidad de Medellín, v. 10, p. 159-174, 2011.

STAFFEN, Márcio Ricardo. Transparência: o Brasil na era do Direito Global. Carta Forense, São Paulo, v. 118, p. 14-15, 2013.

TEUBNER, Gunther et alii. Transnational governance and constitucionalism. Oxford: University Oxford Press, 2004.

Downloads

Publicado

2015-07-12

Edição

Seção

Artigos