Tecnologias cívicas na interface entre direito e inteligência artificial: Operação Serenata de Amor para gostosuras ou travessuras?

Autores

  • Irene Patrícia Nohara
  • Bruna Armonas Colombo Universidade Presbiteriana Mackenzie

DOI:

https://doi.org/10.21056/aec.v19i76.1100

Palavras-chave:

Lei de Acesso à Informação, Governo Eletrônico, Transparência pública, Tecnologias de Informação e Comunicação, Inteligência Artificial.

Resumo

Este artigo tem por objetivo demonstrar a intersecção entre os conceitos do direito ao acesso à informação pública, governo eletrônico e transparência pública como insumos necessários ao estabelecimento de uma cidadania atuante capaz de exercer ativamente o controle social. Para tanto, analisa o case “Operação Serenata de Amor”, que promoveu o uso de tecnologias cívicas, notadamente a inteligência artificial, para trazer à luz informações licitamente divulgadas, porém escondidas do grande público, no que diz respeito a utilização da Cota para o Exercício da Atividade de Parlamentar. Espera-se, a partir do estudo de caso, demonstrar que não basta a disponibilização da informação, mas, para o controle social da res publica operar de forma mais efetiva, faz-se necessário alinhar as potencialidades do governo eletrônico com os recursos de inteligência artificial, divulgação e programação estratégica.

Biografia do Autor

  • Irene Patrícia Nohara

    Professora-Pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Direito Político e Econômico da Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo-SP (Brasil). Livre-Docente, Doutora e Mestre em Direito do Estado pela USP, por onde se graduou. Advogada.

  • Bruna Armonas Colombo, Universidade Presbiteriana Mackenzie
    Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Direito Político e Econômico da Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo-SP (Brasil). Especialista em Gestão Pública (UFABC). Bacharel em Administração de Empresas e em Direito (UPM).

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Publicado

2019-09-17

Edição

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Artigos